De acordo com Marshall Rosenberg, desde cedo aprendemos a nos comunicar de forma alienante, nos levando a falas e comportamentos capazes de ferir aos outros e a nós mesmos. Uma das formas de “comunicação alienante” seria a mania de fazermos julgamentos moralizantes, condenando como errados ou maus aqueles que agem em dissonância com nossas expectativas. Viver fazendo comparações com outras pessoas também é considerada uma forma de comunicação alienante para o pesquisador, que induz à autodepreciação e minimiza a compaixão pelos outros.
O autor lista quatro passos para a prática da Comunicação Não-Violenta. São eles:
1-Observar sem julgar: não colocar juízo de valor sobre determinada atitude ou acontecimento.
Observá-lo de forma neutra. Pois 90% do nosso sofrimento resulta de nossas
interpretações a respeito do comportamento do outro.
2-Identificar Sentimentos: essa é uma prática de auto-observação.
Ao constatar qual sentimento foi gerado a partir de uma situação específica, é possível
saber expressar ao outro qual necessidade sua não foi satisfeita e criar um diálogo
capaz de fazer o outro compreender as suas necessidades.
Como nos sentimos ao observar aquela ação: frustrados, magoados, alegres, irritados,
amedrontados, entusiasmados, etc.
3-Assumir Responsabilidades: esse passo relaciona-se com o anterior, uma vez que ao identificar
seus próprios sentimentos, a pessoa evita culpar o outro por seu desapontamento. Além disso, assumir
responsabilidades também significa admitir erros e acertos. Os erros são sempre mais difíceis de ser
assumidos porque todos temem retaliações e críticas, mas a Comunicação Não-Violenta também considera
importante a capacidade de se mostrar vulnerável. De acordo com a pesquisadora e escritora Brené Brown,
autora do livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, quando expomos nossas dificuldades conseguimos nos conectar
com o outro de uma maneira mais humana, pois compartilhamos uma experiência com que muitos podem se identificar.
4-Fazer Pedidos: a postura de quem faz pedidos é bem diferente daquela de quem ordena e culpa.
Numa sala de aula, por exemplo, um professor pode ouvir as necessidades dos alunos e depois expor as suas.
Um diálogo deste tipo faz com que os estudantes possam compreender melhor os motivos do professor em momentos específicos.