Gestão participativa é um conceito da área da administração que também tem sido adotado pelas escolas. Esse sistema prevê que o gerenciamento das instituições de ensino seja feito de uma forma mais democrática, onde todos podem ser ouvidos, criando um ambiente de integração e participação. As decisões são tomadas de forma coletiva, sem que haja a imposição de apenas um ponto de vista.
Nesse artigo, você vai ficar sabendo como implementar uma gestão democrática na sua escola e também vai entender os benefícios desta prática no cotidiano. Confira!
Gestão participativa escolar é uma ferramenta administrativa utilizada pelos diretores das instituições educativas para democratizar as escolhas e resoluções gerenciais da escola. Por meio dessa iniciativa, os estabelecimentos de ensino inovam ao prezar pela colaboração ativa de todos os atores do ambiente escolar nos processos de tomada de decisão. Ou seja, gestores, professores, funcionários, pais e alunos são ouvidos antes da definição de metas e objetivos e das resoluções administrativas.
Embora as escolhas sejam tomadas a partir de reuniões em grupo, a gestão participativa não visa dar autonomia para todos os envolvidos a respeito de tudo o que é realizado na escola. O objetivo principal dessa administração democrática é fazer com que a comunidade escolar se sinta pertencente, ouvida e assuma suas responsabilidades para o melhor funcionamento da instituição.
Para que a gestão participativa funcione na prática, é preciso que todos os funcionários e estudantes sejam valorizados e ouvidos. Nesse sentido, é fundamental o papel do diretor da escola, pois ele será a pessoa responsável pela promoção das ações participativas, incentivando a colaboração de todos os envolvidos na construção de projetos, relações e dinâmicas saudáveis no ambiente escolar.
A gestão participativa nas escolas traz inúmeros benefícios. O primeiro deles é a valorização da cooperação ao invés da centralização do poder. Com isso, todas as pessoas que trabalham na instituição se sentem essenciais no processo de construção pedagógica. Consequentemente, o clima escolar fica mais positivo, aumentando o entusiasmo dos profissionais no dia a dia.
Outro ponto importante é que a gestão participativa proporciona o desenvolvimento das habilidades de liderança entre os educadores, coordenadores, funcionários e estudantes, aumentando o senso de responsabilidade em todos. Ela também favorece a criação de soluções inovadoras para resolver problemas, além de ampliar o repertório de ideias para enfrentar os desafios de forma mais ágil e eficiente.
Outra contribuição importante desse tipo de gestão é o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe. Como as escolhas são realizadas em grupo, cada integrante sabe que faz parte de um trabalho coletivo e essa consciência desenvolve o senso de responsabilidade e de compromisso com os colegas.
Ademais, uma das consequência do trabalho em grupo é o desenvolvimento de novas lideranças. A gestão participativa acaba contribuindo para que algumas pessoas se sintam motivadas a organizar determinadas tarefas e exercer papéis de liderança ao assumir responsabilidades perante o grupo.
Percebe-se, ainda, que a gestão participativa estimula a comunicação interpessoal e isso traz uma melhora nas relações, pois através do compartilhamento aberto de ideias e sugestões, há um fortalecimento dos vínculos e da criatividade coletiva.
Para que a gestão compartilhada seja implementada nos estabelecimentos educacionais, é preciso disseminar uma nova cultura dentro do ambiente escolar. Isso pode ser feito através de capacitações, reuniões e apresentações da nova abordagem. Assim, a administração democrática vai sendo incorporada no dia a dia das escolas e cada membro da comunidade educativa passa a desempenhar seus papéis de forma consciente.
O foco da gestão democrática é o bem estar dos alunos e de toda a comunidade acadêmica. E, para atingir esse objetivo, é necessário promover a comunicação aberta para que todas as opiniões sejam ouvidas. Ao compartilhar o poder de decisão e as responsabilidades, a escola se torna mais acolhedora, diminuindo o nível de cobrança e de estresse entre os professores.
A inclusão dos pais ou responsáveis na gestão democrática participativa contribui de forma significativa para o sucesso da ideologia escolar. Isso acontece porque eles têm sugestões muitas vezes inesperadas e valiosas a respeito do funcionamento da escola que podem trazer mudanças positivas.
Além disso, os pais conseguem informar sobre as dificuldades e necessidades dos alunos, trazendo assim uma nova perspectiva para a gestão escolar a respeito das melhorias que podem ser implementadas.
Assim, a comunicação com os pais e responsáveis é essencial inclusive para a construção de ações que beneficiem os estudantes que precisam de alguma assistência individualizada, como as crianças com TDAH, crianças com necessidades especiais ou que estejam passando por uma fase difícil na vida.
A gestão escolar participativa é uma abordagem benéfica para as instituições de ensino, mas também requer a superação de alguns desafios. Entre eles está o engajamento da comunidade educacional. Alguns integrantes do sistema escolar podem se sentir desconfortáveis para compartilhar suas ideias e soluções, por já estarem acostumados a seguir ordens.
Assim, mesmo que algumas pessoas resistam às inovações, é necessário garantir que todos os membros se sintam encorajados a participar das decisões. Para isso, a criação de um ambiente acolhedor e empático fará toda a diferença.
Outro desafio a ser enfrentado é o equilíbrio entre a participação colaborativa e a eficiência na tomada de decisões. Por envolver a opinião de muitas pessoas, a gestão participativa na escola pode ser um processo mais demorado. Assim, é preciso saber administrar a análise dos diversos pontos de vista sem prejudicar o andamento das tomadas de decisão na instituição.
Apesar dos desafios, os benefícios da gestão participativa escolar são muitos e impactam de forma positiva o aprendizado dos alunos. Eles percebem que estão inseridos em um ambiente democrático, onde têm suas opiniões ouvidas e validadas. Isso contribui para o fortalecimento da autoconfiança e para a percepção do pensamento crítico na solução de problemas.
Os educadores também se beneficiam da gestão colaborativa porque podem compartilhar suas ideias e experiências, criando um ambiente de trabalho mais satisfatório, que se reflete na qualidade do ensino.
Agora que você já sabe o que é uma gestão participativa escolar e quais são os principais benefícios e desafios dessa metodologia, confira algumas dicas de como colocar a metodologia em prática na sua instituição.
Para a construção de uma gestão participativa na sua instituição de ensino, é essencial gerar momentos de diálogo, como reuniões periódicas e grupos de discussão. Essas vivências abrem espaço para que todos possam contribuir com suas ideias e opiniões.
Nos debates, é importante que haja um mediador para organizar a fluidez das falas e também uma pessoa para anotar as principais decisões e sugestões feitas nesses momentos.
A transparência das informações é essencial para o bom funcionamento da gestão democrática escolar. Para isso, a diretoria precisa investir em comunicação de modo que toda a comunidade acadêmica fique informada a respeito dos novos projetos, de eventos, dos desafios que precisam ser superados e das decisões coletivas. Seja através de um mural institucional, de uma newsletter via e-mail ou de mensagens instantâneas via aplicativos, os gestores precisam reconhecer a importância da comunicação para construção de uma efetiva gestão participativa.
Ao criar grupos de trabalho, a gestão escolar divide responsabilidades específicas, contribuindo para o desenvolvimento dos profissionais. Assim, podem ser estabelecidos grupos voltados para a organização de eventos na escola, para a elaboração de planejamentos, para criação de campanhas, etc. Os grupos favorecem a multiplicidade de ideias e a habilidade de trabalhar em equipe.
O vínculo dos pais com a escola contribui para a melhoria da gestão, pois eles podem sugerir inovações para o ambiente e trazer pontos de vista valiosos para a instituição. As escolas também podem enviar materiais via e-mail ou whatsapp informando os pais a respeito das atividades escolares e do desempenho dos filhos. Mas, além de um canal digital de comunicação, as reuniões presenciais também se fazem importantes para a construção colaborativa da escola.
A instituição de ensino só existe por conta dos alunos. Tudo é pensado para que eles tenham um aprendizado saudável e eficaz. Portanto, nada mais justo do que ouvi-los para saber suas opiniões a respeito das funcionalidades da escola. Essa escuta pode ser feita através de questionários ou de conversas com os professores.
Ao adotar uma administração colaborativa, as escolas podem analisar os impactos desta abordagem no desempenho das atividades. Assim, é possível definir quais são os indicadores de sucesso e verificar se eles estão sendo atingidos. As escolas podem incluir entre os indicadores:
o engajamento dos alunos nas tarefas acadêmicas
a satisfação dos funcionários no ambiente de trabalho
o desempenho dos estudantes nas atividades
o envolvimento dos professores nas tomadas de decisão
a iniciativa dos alunos para contribuir com soluções que beneficiem a todos
É possível realizar a coleta regular de feedbacks através de pesquisas, entrevistas e reuniões de avaliação. Assim, os gestores conseguem identificar os pontos fortes da conduta administrativa e os aspectos que precisam melhorar.
O desempenho escolar, incluindo os relacionamentos interpessoais e o aprendizado tendem a evoluir por meio das constantes análises de feedbacks. Com isso, o estabelecimento de um ambiente democrático se fortalece, preparando os alunos para refletir a respeito das ações realizadas coletivamente.
Assim como todo o ambiente escolar, a gestão colaborativa não é um modelo estático. Ela passa por adaptações de acordo com as transformações sociais que atingem a educação institucional. Por isso, além da análise de feedbacks, é importante que seja feita uma avaliação do contexto social para perceber as possíveis adaptações que precisam ser efetuadas para que as escolas adotem práticas que estejam em sintonia com a realidade dos seus alunos e profissionais, construindo um aprendizado verdadeiramente colaborativo.