Com as redes sociais e novas tecnologias, são muitos os estímulos que prejudicam a capacidade de concentração e foco.
De acordo com pesquisadores da cognição, nosso cérebro pode até realizar duas atividades ao mesmo tempo, contanto que
uma delas esteja no piloto automático, como por exemplo, dirigir e cantar. Mas, não dá para ter um desempenho satisfatório
em duas atividades que exijam mais do intelecto, como decidir algo em uma reunião e escrever um artigo ao mesmo tempo.
A crença de que seremos mais produtivos ao sermos capazes de desempenhar várias coisas simultaneamente é um mito.
O que, de fato, ocorre é que os profissionais e estudantes que frequentemente alternam o foco de sua atenção acabam por
não desempenhar bem nenhuma das funções que estavam sob sua responsabilidade. Isso porque além de demorar para voltar
a se concentrar na atividade que estavam envolvidos,
perdendo tempo para retomar o raciocínio, acabam não entrando no flow necessário para concluir a primeira tarefa.
O aprendizado está sendo muito comprometido devido ao uso de celulares em sala de aula. Simplesmente os professores
não conseguem a atenção plena dos alunos, seja nas escolas ou mesmo nas faculdades. É um desafio para a gestão escolar
saber inserir os smartphones de maneira vantajosa como prática pedagógica nas aulas. O que tem acontecido é um déficit
para o aprendizado porque os estudantes não acompanham o raciocínio dos educadores, devido a necessidade de ficar a
todo momento olhando suas redes sociais e jogando.
A ansiedade por estar sempre conectado tem invadido todos os espaços, não apenas as faculdades, escolas e cursinhos,
como também os momentos de lazer. Em todos os ambientes as pessoas estão deixando de estar com presença plena para conferir
o que está acontecendo na realidade virtual. Esse vício em checar constantemente as notificações dos celulares nos incentiva
a fazer outras coisas, como responder aos emails, ouvir mensagens de áudio, responder comentários nas redes sociais,
compartilhar fotos. Por mais simples que pareçam, essas pequenas distrações desconcentram e nos levam a querer realizar
tudo ao mesmo tempo agora, prejudicando a memória e levando a uma queda no desempenho ao nos puxar para outras direções.
Diante desse contexto, surgiu um movimento chamado “Quiet Bliss”, que dissemina a importância de pausas nessa vivência
virtual para que as pessoas consigam se reconectar consigo mesmas e com o local onde estão. Estar mais presentes significa,
por exemplo, assistir a shows com os próprios olhos e não através da tela do celular; viajar sem ter a necessidade de
compartilhar selfies das férias incessantemente; dar um tempo de postar stories no instagram. O não-registrar, de acordo
com o movimento, traria de volta a capacidade de contemplar e de se integrar com quem está a sua volta.
Nossa sociedade exige respostas rápidas a todo tipo de mensagem, por isso as pessoas não conseguem se desconectar,
sentindo que devem responder imediatamente a todas as mensagens que lhes chegam, principalmente se estiverem relacionadas
ao trabalho. O que fazer, então, para sair do modo multitarefa na vida profissional e se tornar mais focado e eficaz?