O que é Educação Ambiental?
Educação ambiental é uma abordagem de ensino que tem como objetivo informar, sensibilizar e conscientizar os estudantes sobre as questões do meio ambiente. Os alunos aprendem sobre o que são ecossistemas, quais são os principais recursos naturais do planeta, como lidar com a poluição, quais são as mudanças climáticas atuais e a importância da conservação ambiental.
A partir da educação ambiental, os estudantes são incentivados a adotar práticas sustentáveis no dia a dia, iniciando um estilo de vida mais consciente. As escolas são vetores de transformação social a partir do conhecimento e, nesse sentido, elas têm a responsabilidade de incorporar a sustentabilidade em seus currículos, por meio da educação ambiental.
Isso envolve aulas teóricas sobre o assunto, mas também abordagens práticas, como projetos interdisciplinares para uma compreensão mais profunda sobre os impactos ambientais. A criação de pequenas hortas escolares, o incentivo à redução do consumo de energia, a plantação de mudas de árvores em praças e no próprio jardim da escola, a reciclagem e separação do lixo, são apenas alguns exemplos de práticas que podem ser incluídas nas atividades escolares.
A sustentabilidade não está relacionada apenas às questões do meio ambiente físico. Ela abrange aspectos socioeconômicos e, no sentido de despertar a mentalidade dos alunos para essas questões, as escolas precisam incluir atividades que demonstrem a importância da colaboração em detrimento da competividade, da empatia frente ao egoísmo, do respeito às diferenças, inclusive de opinião. Com isso, os estudantes compreendem que a sustentabilidade é um conceito holístico, que abrange tanto o cuidado com os recursos naturais quanto a qualidade dos relacionamentos humanos.
Ter espaços verdes e adotar práticas ecológicas no dia a dia é uma forma de educar os estudantes a partir do exemplo. As escolas podem promover a consciência ambiental ao incentivar a coleta seletiva do lixo com cestos recicláveis, que são aqueles coloridos e com a indicação do material (metal, papel, plástico, vidro).
As instituições educativas também podem incluir fontes de energia renováveis em sua infraestrutura, como a instalação de energia solar por meio de placas fotovoltaicas. Ao adotar esse tipo de sistema de energia limpa, as escolas não apenas economizam em suas contas mensais, como também mostram aos alunos que a sustentabilidade a partir do uso de energia renovável é possível e viável financeiramente. A criação de espaços verdes e o uso eficiente de recursos são medidas que promovem a sustentabilidade nas escolas e inspiram os alunos a replicar essas práticas em suas vidas cotidianas.
As aulas realizadas fora das salas de aula tradicionais, com vivências em outros espaços dentro da própria escola, ajudam os professores a abordar conceitos diferentes e criar momentos inovadores para os alunos, facilitando a compreensão de determinados assuntos através da prática. Nesse sentido, as hortas escolares estão entre as ações que podem ser adotadas para iniciar uma nova experiência com os estudantes.
As escolas maiores podem criar hortas ao ar livre e levar os alunos para mexer na terra, proporcionando uma conexão com a natureza que traz inúmeros benefícios inclusive para a saúde dos estudantes. Já as escolas menores têm a possibilidade de aproveitar pequenos espaços, como os canteiros ou criar hortas verticais, pendurando os vasos em pallets nas paredes que levam luz solar. O mais importante é fazer a horta acontecer!
A experiência da elaboração da horta escolar revela aos alunos toda a complexidade da natureza. O preparo do solo, a importância da água para que as plantas cresçam, o papel da luz do Sol, esses aspectos reunidos fazem com que as crianças percebam a conexão entre os diversos agentes naturais. Elas também notam que o comportamento humano pode impactar positivamente o planeta, a partir de decisões conscientes em prol do bem-estar natural.
O ensino prático de hortas escolares mostra aos alunos como funciona o ciclo de vida das plantas, a importância da biodiversidade e ainda ajuda a aprofundar conceitos trabalhados em sala de aula, como o que são ecossistemas, a mudança das estações naturais, os tipos de solo, a reprodução das plantas, a polinização e muito mais!
As hortas escolares ainda contribuem para a produção de alimentos orgânicos, mostrando aos alunos que é possível cultivar hortaliças como alface, tomate cereja, rúcula, manjericão, alecrim, sálvia, salsa, cebolinha. Assim, os estudantes terão a oportunidade de se alimentar com as hortaliças que eles mesmo produziram, criando uma forte conexão com a natureza e promovendo uma prática agrícola sustentável.
A redução da pegada de carbono associada a transporte de produtos alimentícios é minimizada com a produção de hortas locais, como são as hortas escolares. Esse é mais um benefício das hortas na promoção da sustentabilidade. Além disso, é possível criar compostagem de resíduos orgânicos a partir dos restos de alimento produzidos nas hortas. Assim, os alunos aprendem a fazer adubo a partir dos restos de alimentos, gerando um solo mais saudável para a produção de novas hortaliças. Esse aprendizado mostra o quanto é possível gerar uma cadeia de nutrientes de maneira sustentável.
Conceitos relacionados à sustentabilidade para trabalhar em sala de aula
A sustentabilidade é formada por três pilares principais, que são o ambiental, o social e o econômico. As escolas precisam informar sobre essa abrangência do conceito para que eles não considerem que a sustentabilidade está ligada apenas ao meio ambiente. Além disso, existem outros temas ligados ao assunto que podem ser trabalhados pelos professores em suas aulas sobre sustentabilidade. Veja a seguir alguns deles:
Economia Verde: modelo econômico que integra a sustentabilidade ambiental como um dos seus fundamentos. Esse tipo de economia propõe a produção e o consumo de bens e serviços de uma forma que minimize os impactos ambientais. Como exemplos de práticas de economia verde, temos o investimento em fontes de energia renovável, a reciclagem e a reutilização de materiais, a agroecologia, o transporte sustentável e tecnologias limpas.
Biodiversidade: é a variedade de vida no planeta Terra, incluindo a diversidade de espécies e ecossistemas. Ela é a base do equilíbrio ecológico e tem um papel fundamental na preservação da vida. A perda da biodiversidade traz consequências significativas para a estabilidade ecológica, interferindo na qualidade de vida das sociedades. Integram a biodiversidade toda a variedade de organismos vivos, como microorganismos, genes, plantas, animais (incluindo toda a vida nos oceanos) e seres humanos. As florestas tropicais, desertos, pântanos e corais fazem parte da biodiversidade, assim como o microbioma, que se refere aos fungos, bactérias e vírus.
Consumo Consciente: é um conceito relevante para alertar os estudantes sobre a tomada de decisões de compra, sugerindo a importância de levar em consideração as consequências ambientais e socioeconômicas de suas escolhas. A ideia é incentivar decisões que causem o menor impacto negativo possível. Para isso, os educadores podem abordar a importância de produtos sustentáveis, feitos com materiais reciclados ou recicláveis. Informar sobre a existência de empresas sustentáveis, falar sobre o conceito de moda sustentável, que engloba a reutilização de peças, o uso de materiais orgânicos na composição das roupas e a prática de condições justas de trabalho. Até mesmo nos produtos eletrônicos e eletrodomésticos o consumo consciente pode ser implementado, pois é possível escolhê-los de acordo com a classificação energética para reduzir o consumo de energia elétrica.
Justiça Social: é um dos aspectos sociais da sustentabilidade. Ela se refere à busca pela igualdade no acesso a oportunidades e benefícios gerados pelas práticas sustentáveis. Assim, pela justiça social, todos, independentemente de sua origem, classe social, etnia, orientação sexual ou religião, devem obter as vantagens advindas do desenvolvimento sustentável. A promoção do acesso a fontes de energia limpa em comunidades de baixa renda está entre as pautas da justiça social que envolve o meio ambiente.
Mudanças Climáticas: são as alterações climáticas nas condições atmosféricas que vêm interferindo na vida humana. Essas mudanças, em sua maioria, estão relacionadas com as ações humanas que interferem na natureza, a exemplo do desmatamento e da queima de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, nos veículos automotores, que contribuem para o agravamento do efeito estufa. O aquecimento global; as alterações nos regimes das chuvas que ocasionam alagamentos nas grandes cidades ou secas prolongadas em outras regiões; o aumento do nível do mar como resultado do derretimento das geleiras polares; eventos climáticos como furacões, inundações, ciclones; acidificação dos oceanos; alterações nas migrações de animais devido aos impactos na biodiversidade ocasionados pelas mudanças nas condições climáticas. Todas essas situações fazem parte do contexto das mudanças climáticas e podem ser aprofundadas nas aulas.
Os exemplos acima destacam como a sustentabilidade está inter-relacionada com impactos variados, que afetam não apenas o clima, mas a vida animal, os ecossistemas, a economia e a vida humana no planeta Terra. Daí a importância desse conceito ser bem trabalhado pelas escolas porque ele faz parte de uma mudança de mentalidade que precisa ser incorporada pelos futuros cidadãos. A responsabilidade de incorporar novos hábitos que beneficiem o planeta começa com a conscientização e as escolas têm um papel importante nesse sentido.